Grupo Amigos e Dislexia

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É um FÓRUM de conversas, debates e encontros de pais de disléxicos, disléxicos e amigos.

Lá conversamos sobre tudo que tem haver com o dia-a-dia dos disléxicos, as aflições dos pais, as alegrias, as escolas.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ensinamentos de Christine Torloni


Um ensinamento do budismo é o desapego, mas você também tem que aprender a se desapegar um pouco da auto-imagem, do ego, dessa coisa de passar a vida querendo ter 15 anos. Tem exercícios para ir se libertando disso. Nunca tive problema em ter 15 anos, mas, na época, meu sonho era chegar aos 30. Porque o tempo também traz coisas boas. Quem caminha para a maturidade fica mais livre, tira a carteira de motorista, tem sua casa, namora quem quer, não deve satisfação a ninguém.

O que não gostava em mim aos 20 anos era o meu peito, e resolvi. Achava que tinha muito e diminuí depois que tive filhos. Se encontrar alguém em quem confio, e se quiser melhorar alguma coisa, faço outras plásticas, não tenho problema com isso. Mas é preciso equilíbrio, não dá pra ficar se retocando de 15 em 15 dias porque uma hora não adianta: você tem que deixar o tempo andar.

Por outro lado, tem coisas que graças a Deus não mudaram. Tenho um lado moleque e gosto disso. De correr na praia, praticar windsurfe, é um lado meu menos preocupado e que acaba sendo um estilo. Outro dia encontrei o [autor de novelas] Manoel Carlos numa livraria, eu de quepe, short, tênis velho, ele me viu e disse: 'Caramba, Christiane, pensei que fosse um garoto!'. Isso é muito bom. Tem uma criança muito moleque dentro de mim que me ajuda muito. Dá uma coisa lúdica pra vida.

Outra razão da beleza é o amor. Tantas coisas são trocadas no amor que, com certeza, ele embeleza. Não porque é perfeito, mas brigar com quem você ama é muito melhor do que brigar com quem você não ama mais. Com o tempo, você perde tecnicamente a visão, mas ganha outra visão muito maior, da vida.

Você enxerga melhor os seus pais e começa a perdoá-los, e começa a se perdoar também. Senão a vida fica só num departamento de cobrança sem fim. Também tem que começar a rir mais de si mesma, porque, quando a gente não se leva tão a sério e acha graça das bobagens que faz, tudo melhora. E, se a gente não se estimula pra sair dos buracos, das ressacas, das separações e das perdas, quem vai fazer? Não dá pra querer que Deus faça tudo. Talvez a solução seja a gente descobrir Deus dentro da gente mesmo. Tem que soltar, rir mais.'